Encontra-se marcada para o dia 06 de Novembro de 2011 a prova do Enade, Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. Esta prova, além de avaliar o desempenho dos estudantes do 1º e do último ano do ensino superior é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação, bem como condição prévia a conclusão do curso e registro do diploma.
Como a participação na prova do Enade é obrigatória, pois quem não comparece a prova não recebe o diploma para concluir o curso, o boicote se dá quando o aluno zera a prova. Incentivados por muitas entidades estudantis, o aluno responde as questões objetivas de forma aleatória, deixando em branco as subjetivas. Então, a nota do estudante fica muito abaixo do que se poderia esperar assim como, a nota média daquela turma que está se formando.
Acreditamos que a avaliação do governo não pode resumir-se apenas nos estudantes. E esta atitude não é suficiente para aferir a qualidade do ensino nas IES, instituições de ensino superior. O projeto original da SINAES – Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior – estabelece que a avaliação deve utilizar outros instrumentos para aferir aspectos como a gestão, o corpo docente, a responsabilidade social da instituição, o projeto pedagógico do curso e variáveis que influenciem na qualidade de ensino. Além do mais, não avalia a infra-estrutura do curso, nem a titularidade dos professores e muito menos uma avaliação dos alunos sobre o currículo do curso. Vale lembrar que a UNE em 2007 reivindicou a inclusão destes últimos tópicos, que são importantes na garantia da qualidade de um curso.
Mesmo com a conquista da UNE em relação à adição de mais pautas para análise da qualidade de ensino, acreditamos que a forma de avaliação é, ainda, insuficiente. Mesmo assim, não vamos propor que os estudantes do curso de Filosofia da UEM boicotem o Enade. Não somos a favor de que as universidades criem seus próprios mecanismos de avaliação dos seus cursos. Acreditamos que é papel do Estado ter condições de avaliar as instituições e auxiliar as que tiverem notas ruins.
Acreditamos na validade da luta pela qualidade de ensino, mas de fato, o boicote ao Enade é ruim, quando o curso de graduação fica com um conceito baixo que pode não representar a realidade. O estudante deixará a instituição, mas não deve se esquecer que ela o acompanhará pelo resto de sua vida pessoal e profissional. E de fato, o mercado de trabalho é competitivo, e saindo de um curso com qualidade de ensino baixa, mesmo sendo algo irreal, poderá prejudicá-lo em sua carreira profissional.
O boicote ao Enade pode prejudicar sua carreira profissional, por isso é importante a sua participação nas reivindicações por mais investimentos para a educação, como 10% do PIB e 50% do fundo do pré-sal para a educação. E no dia 06 de Novembro, não se esqueçam de ir fazer a prova do Enade.
Diretoria de Comunicações do CAFIL.
“Gestão Télos”
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