Até
quando vai ficar sem fazer nada? (Gabriel o Pensador)
Nota
de repúdio sobre os critérios meritócráticos para “iniciação” científica
Até o ano de 2009, o
estudante que quisesse fazer um PIC (projeto de iniciação científica)
necessitava apenas, desenvolver um bom pré-projeto e ter algum professor que
estivesse apto a orientá-lo. Mas neste mesmo ano, os critérios para acesso a
pesquisa foram alterados, com o intuito de limitá-lo ficando estabelecido que estariam aptos a participar do projeto de iniciação científica
estudantes que possuíam no mínimo três reprovações, ou seja, 80% das disciplinas
curriculares cursadas. Mas o que ocasionou tais mudanças?
As mudanças
impossibilitaram os estudantes com mais de três reprovações a participar do
programa de iniciação científica. Muitos estudantes, sem qualquer
esclarecimento, que deveria ser feito no primeiro dia de aula pelos professores
do departamento ou pelas entidades estudantis, que se preocupam com essa
situação, como o nosso CAFIL, se frustaram quando tentaram submeter seus projetos aos critérios meritócraticos de iniciação
científica, desde que, devido as reprovações, acabaram sendo inviabilizados de
participar do programa, pois estavam aptos, depois das mudanças, apenas os “iluminados”, a pesquisar. Para esclarecer
melhor essa situação, usaremos como exemplo um estudante, que no primeiro ano,
com dúvidas a respeito do curso, abandona um semestre que possui cinco
disciplinas. Tais disciplinas contarão como reprovadas em seu currículo, mas,
posteriormente, este estudante resolve voltar para o curso, elimina esse
semestre que ficou retido, e no ano seguinte, sem nenhuma dependência a cursar,
resolve iniciar-se na pesquisa, pois conheceu um autor que o agradou muito.
Este estudante, não terá condições de tentar submeter seu trabalho, pois na
hora da inscrição uma janela piscará afirmando que você é incapaz de pesquisar,
pois tem menos de 80% das disciplinas cursadas, ou seja, possui mais de três
reprovação em seu currículo. (POR MAIS QUE TENHA ELIMNADO ESSAS MATÉRIAS,
assim, matéria reprovada será sempre matéria reprovada, e quando você passar
nessas disciplinas, será adicionado ao seu currículo novas disciplinas, com o
mesmo nome, mas que você estará aprovado, as demais continuarão lá).
Agora partimos para
outro ponto. Quando falamos “iniciação científica” pressupomos que os
estudantes que participam desse programa estarão sendo inicializados a
pesquisa. Se os estudantes estarão se dispondo a inicialização, esse não
deveria ser um direito de todos os alunos que desejam partir para área de
pesquisa? Proporcionar o acesso ao aprendizado é um direito de todos os
estudantes. E esse “papo” de que somente os melhores deveriam ter a
oportunidade de participar do programa de pesquisa é um discurso que vai contra
a finalidade das instituições de ensino. ACREDITAMOS QUE TODOS TEM A CAPACIDADE
DE APRENDER, TEM O DIREITO DE BUSCAR O CONHECIMENTO, E O QUE DEVE SER PAUTADO É
O INTERESSE DOS ESTUDANTES, e garantir o acesso ao conhecimento é obrigação da
universidade. Invalidar o estudante é desmerecer sua capacidade de evoluir.
Acreditamos que ninguém é incapaz.
Como a discussão é,
ainda, muito nova, há muitos pontos a serem levantados pelos estudantes na
busca pela realização de seus direitos. Como por exemplo, os critérios meritocráticos
para o PIBIC. Não temos informações sobre quantos interessados temos por ano e
quantas bolsas há para serem disponibilizadas e se esses critérios são
necessários ou não, diante dos fatores expostos. Mas é uma discussão que deve
ser feita, e não deixada de lado, por simples comodidade. Também queremos saber em relação aos
professores orientadores, quais são os critérios que o capacitam a orientação.
Desde que tivemos informações de que não é qualquer professor que está apto a
orientar os estudantes.
São muitas coisas a
serem discutidas, desvendadas e mudadas. Mas para iniciar nossas revindicações,
por critérios mais justos, exigimos que o DCE – Diretório Central dos
Estudantes – gestão Movimente-se UEM, leve essa discussão ao CEP, Conselho de
Extensão e Pesquisa, para que possamos discutir as alterações dos critérios, o que não foi feito com a comunidade acadêmica, apenas imposto, e tentar reverte-los para critérios mais justos, como os que tínhamos antes das alterações em 2009.
Pedimos a todos os
estudantes, prejudicados ou não com essas mudanças, que cobrem uma posição das
entidades estudantis que os representam, para que assim, possamos efetuar algo
concreto e que é de direito nosso, estudantes da UEM. Essa mobilização pode ser inicializada com o
envio de cartas de repúdio à PPG, Pró-Reitoria de Pesquisa e de Pós-Graduação.
CENTRO ACADÊMICO
DE FILOSOFIA – CAFIL
(Gestão Télos –
2011-2012)
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